segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

REQUIEM PELA LINGUA PORTUGUESA


  O Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa não foi o primeiro, como se infere da própria designação. Só no séc. XX, houve várias alterações or-tográficas: a Reforma Orto-gráfica de 1911, exclusiva para Portugal, e os Acordos Ortográficos de 1931, 1945 (também só em Portugal), e 1990. O de 1990, para além de Portugal e do Brasil, teve também o envolvimento de todos os outros PALOP, bem como de observadores da Galiza.

Parece-me, no entanto, que existe uma diferença essencial entre o novo acordo e os anteriores: enquanto nestes últimos terá havido a preocupação de adaptar a ortografia à oralidade e/ou às origens da língua, no primeiro acabou por se adoptar tendencialmente a ortografia brasileira.

Outra diferença entre as duas realidades é que os acordos anteriores parecem ter tido motivações marcadamente científico-culturais, ao passo que o actual poderá ter subjacentes razões de natureza prdominantemente económica, impostas graças à pujança actual do Brasil no mundo, bem diversa da nossa tradicional insignificância.

Ou seja, a Língua Portuguesa "morreu" com a adopção do Novo Acordo, suplantada pela Língua Brasileira: o colonizado subjugou o colonizador.

Resta-nos manter a oralidade própria da língua lusa, mas também esta em contínua desagregação, pelo facto de se falar cada vez pior, e vai-nos valendo a teimosia dos carolas e dos "velhos do restelo" que persistem em continuar a escrever de acordo com a grafia em vias de extinção. Como já sou velho, alinho com eles!...



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