segunda-feira, 17 de março de 2008

Uma Visita ao Planetário Calouste Gulbenkian

Sinto algum desconforto (vergonha, por que não...?) em confessar que vivo em Lisboa há mais de três décadas, e que só agora fiz uma visita ao Planetário Calouste Gulbenkian - com a agravante de que nem sequer o fiz por minha iniciativa! Mas, enfim, já posso "desarriscar" mais uma página de monumentos e locais de interesse a ver ou visitar na capital.
Integrado no Museu da Marinha, em Belém, em espaço contíguo ao não menos famoso, imponente e importante Mosteiro dos Jerónimos, O Planetário foi construído em meados da década de sessenta do século passado, num empreendimento que resultou duma parceria entre o Estado Português e a Fundação Calouste Gulbenkian, a qual se responsabilizou pela aquisição do equipamento e da cúpula interior, correspondendo a cerca de dois terços do investimento total.
Uma sessão tem a duração estimada de 50 minutos, tempo durante o qual nos é proporcionada uma "viagem", no espaço e no tempo, pelo Universo visível, com destaque para a visão das estrelas e constelações do nosso hemisfério e da Via Láctea, a apresentação de todos os planetas do Sistema Solar, a simulação do movimento aparente do Sol e do seu 'bailado' com a Lua, a demonstração dos conceitos de latitude e longitude e uma explicação sobre a navegação marítima realizada com base na orientação através das estrelas e constelações.
Uma agradável experiência, também ela sabiamente orientada por uma "estrela" dos Quadros do Planetário, que nos conduziu por espaços e tempos insondáveis, e que nos trouxe a bom porto no "timing" programado.
Com uma já longa vida de mais de 40 anos, pena é que as novas potencialidades do 'multimedia' não tenham ali já um papel de maior relevo, e que as cadeiras da "nave espacial" já se tornem um pouco incómodas para os menos jovens nesta viagem galáctica ou inter-estelar.

domingo, 2 de março de 2008

Paris Vale Bem uma Missa...?

Está nos livros, e será verídica, a afirmação de Henrique de Navarra, protestante calvinista, quando, em 1593, se viu na contingência de abjurar da religião que professava, como condição para a Liga dos Nobres permitir a sua entrada em Paris para, aí, ser sagrado como Rei Henrique IV de França.
Esta história estava bem fresca na minha memória, pois tinha acabado de ser ventilada na aula de História da Idade Moderna na Universidade da Terceira Idade que frequento, quando me foi endereçado convite para participar na Missa de abertura do Ano Jubilar da Congregação das Irmãs Doroteias, que ontem se realizou às 18,00 horas na Igreja de São João de Brito, em Lisboa, sob a presidência do Cardela Patriarca, D. José Policarpo.
Conquanto o meu primeiro impulso tivesse sido declinar o convite, por força da posição crítica que há muito mantenho quanto à validade da doutrina e do ritual religiosos, fui mesmo à Missa, pois me pareceu a melhor forma de honrar a disponibilidade das Irmãs Maria Teresa Nazaret e Maria Antónia (que me convidou), ambas aposentadas daquela Congregação, que fazem o obséquio de, em regime de voluntariado, serem, ou terem sido, minhas professoras na Universidade e, como tal, merecedoras da minha gratidão e amizade.
E, se "Paris vale bem uma missa", a amizade vale-a ainda mais...
Uma última palavra de apreço para a Congregação das Doroteias, que mantêm acesa, há 175 anos, a chama que Santa Paula Frassinetti em boa hora acendeu. (Fundamentalismos, não!...)